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Neste estudo apenas foi abordado modelos com um sistema com ligação de potência à rede por motivos de continuidade, garantia e qualidade de serviço da eletricidade. É defendido aqui que essa ligação implica um pagamento adicional da disponibilidade dos serviços de rede.

As diversas simulações realizadas neste trabalho demonstram que uma penalização pelo UGS é suportável para o consumidor contudo seria interessante adicionar uma valorização ambiental pela energia verde produzida, como por exemplo, através de certificados verdes ou através de mecanismos de fiscalidade verde. A penalização sobre o acesso à rede, que é o dobro da UGS, já torna o sistema inviável. A penalização pela potência instalada de autoprodução, sugerida nesta dissertação, demonstrou ser a solução mais simples de integrar, com muitos benefícios para todos os agentes do sistema. Esta taxa tem a grande vantagem de não necessitar de um sistema de contagem na autoprodução, possibilitando a instalação de pequenos sistemas distribuídos pela instalação.

Por vezes, num estudo de viabilidade de um projeto existe o risco de ignorar os custos de investimento, parecendo apelativo pelas elevadas poupanças na fatura, reduzindo cerca de 50% para uma instalação com 50% de potência instalada de autoprodução relativamente à potência contratada. No entanto, esse custo representa uma componente muito elevada, valor que no geral é inferior à tarifa equivalente de consumo mas superior à tarifa paga pela energia injetada na rede. A viabilidade também está relacionada com a capacidade de autoconsumir. Contudo para valores elevados de autoprodução satura sendo o excesso injetado para rede. Essa quantidade de energia injetada, paga a valores mais baixos, inviabiliza o investimento.

Relativamente aos proveitos conclui-se que para baixa tensão, mesmo para as condições mais favoráveis, são muito baixos para contribuir na redução da fatura elétrica. Em contrapartida, o plano tarifário com diferenciação horária, como por exemplo bi-horário, apresentou ser vantajoso para o autoconsumo.

A simulação  realizada momentos antes da entrega da dissertação, teve como objetivo apresentar a proposta do diploma que fará o enquadramento legal para o autoconsumo. Tendo em conta essas condições conclui-se que a solução de autoprodução para venda à rede é inviável uma vez que o investimento que o consumidor faz para adquirir o sistema é superior às compensações. Para além disso a diferença entre a tarifa equivalente de consumo sem autoprodução e com autoprodução é pouco significativa. Adicionalmente a tarifa equivalente de venda à rede do excesso de energia é muito baixo comparativamente com os outros modelos aqui estudados.

Em suma, a não ser que o decreto-lei que irá ser publicado este ano traga bons apoios económicos, o autoconsumo não será benéfico para todos os tipos de consumidores. É imperativo que exista um equilíbrio técnico-económico por forma a ir ao encontro das necessidades de todos os agentes envolvidos no sistema.

Conclusões

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